Opinião
Pelotas: novamente na contramão da história
Por Paulo César Olmedo
Engenheiro Civil
Leio as notícias do nosso jornal diário, penso, repenso e bato sempre na mesma tecla: Pelotas não evolui. Os motivos são os mesmos de antanho. Há quase 50 anos um pelotense, que acho que chegou a ser vereador, chamado José Anélio Saraiva, anunciava aos quatro ventos que a bacia de Pelotas, batizada com esse nome desde aquela época, tinha potencial para exploração de petróleo e gás. Eu, quando guri curioso e meus amigos, acompanhamos a sondagem feita pela Petrobrás, na praia do Cassino, lá junto ao bairro Querência. Não sei o resultado, mas o poço foi lacrado e esquecido, talvez porque a tecnologia nos anos 1960 não possibilitasse a exploração ou fosse de um custo muito alto. Então a verdade é que aqui sempre existiu petróleo no subsolo, o que agora se comprovou com o leilão dos blocos oferecidos e arrematados por várias empresas.
Apesar de, na mesma edição, ter sido veiculado que pelotas ocupa o oitavo lugar no ranking dos maiores PIBs do RS, quando já foi a segunda tempos atrás, um grupo de ambientalistas começa um movimento para impedir que Pelotas e região ganhem os royalties que poderiam tirar nossos municípios do marasmo econômico em que se encontram. Claro que sei que estamos numa luta mundial para diminuir o consumo de combustíveis fósseis e substituí-los por uma matriz energética que não polua a atmosfera, como a solar e a eólica, o que já estamos fazendo. Porém, é bom fazermos um comparativo que as nações mais poluidoras, como China e Estados Unidos e os árabes da Opep não estão nem aí para nós e continuarão da mesma forma enganando a torcida, e a cada realização das COPs, como foi a última, que para o Brasil foi viagem de turismo para mais de mil convidados de nosso governo gastador, alardeiam ao mundo que estão lutando para a salvação do planeta, ledo engano. Então, onde estão as forças vivas do litoral sul, que não se engajam para lutar por um lugar ao sol. Quem sabe tomemos o exemplo de outros municípios, como Caxias do Sul, em que concursos de beleza entre as entidades representativas do empresariado acabaram e, eles se uniram e criaram a Câmara de Comércio e Indústria e Serviços, substituindo as vaidades pessoais para lutar por um interesse comum.
Chega de blá, blá, blá, vamos agir, mostrar nossa força e não fazer reuniões para veicular notícias na mídia, da Aliança Pelotas, Aliança Rio Grande, sem obter nenhum resultado plausível que possa mudar esse panorama tão trágico de nossa economia regional. Chega de políticos profissionais no comando de nossas cidades, e também de falsos ambientalistas que usam as catástrofes e pandemias a fim de promoção em caráter pessoal, vamos eleger em 2024 profissionais, que saibam gerir e administrar nossos municípios, como uma empresa particular que precise apresentar resultados para seus acionistas e não como uma empresa pública que acumula prejuízos ano após ano. Precisamos, também, de uma câmara de vereadores em que o exercício da função não seja somente um cabide de emprego e de vaidades pessoais para se perpetuar no poder.
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